Foto: Elliott Erwitt/ Magnum para a Newsweek Juro que depois dessa não falo mais da posse do Obama! Mas é que, neste caso, o precedente justifica a exceção.
Está no
site da Photo district News, a entrevista do renomado fotógrafo Elliott Erwitt dando suas impressões sobre a cobertura da posse de Barack Obama. Vale o testemunho de um fotógrafo experiente, consagrado e lendário, que, a despeito do lugar que ocupa no mundo da fotografia, demonstra ter se envolvido muito no trabalho de cobrir a posse. E olha que ele, com mais de 80 anos, já esteve em pelo menos cinco outras posses. Nesta empreitada, Erwitt estava trabalhando para a Newsweek, que já publicou um
slideshow.
Fizemos um esforço de tradução livre, para permitir o acesso a este importante depoimento. desde já, nos desculpamos de todas imprecisões que, inevitavelmente, aparecem em qualquer tradução. Tradutor, traidor! Para os anglófilos, vale confeir o texto original.
Para ler e ver junto com o ensaio da
Magnum sobre a posse.
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P: Qual era a sua estratégia para cobrir a posse?
EE: Manter-me aquecido, eu acho, era meu plano. Fazia muito frio e acho que falhei nisso.
P: Você esteve dois dias em dois lugares diferentes. O que você procurava?
EE: Especificamente, eu tinha um olho nos eventos da posse oficial e tinha uma credencial para um dos bailes. Isso eram coisas oficiais. O resto foi ficar andando, fazendo fotos das pessoas e da atmosfera.
P: O que você achou?
EE: Eu tenho algumas idéias. O evento, claro, foi extraordinário. Muita emoção, a despeito da marcação cerrada da polícia e as dificuldades de se locomover e do frio. Havia um monte de coisas desagradáveis, mas o evento em si foi extraordinário e eu estava tendo prazer de estar lá para testemunhar.
P: Isso não deixou as pessoas de mau-humor?
EE: Foi uma coisa maravilhosa. Pessoalmente, eu tinha que estar na minha posição às 5 da manhã. Isso significa esperar em um espaço pequeno das 5 da manhã até 11:30, quando a coisa começou, mais 1 hora e meia para o evento em si. Assim, são quase oito horas em um frio congelante. Não é um modo prazeiroso de passar o tempo. Mas era um problema de todo mundo, e não só meu. Acho que a organização não pode ter ajudado mais devido a aspectos da segurança.
P: Lhe parece que assim foi, de algum modo, diferentes de outras posses?
EE: A despeito do desconforto e tudo o mais, no momento da cerimônia, você não tinha como ajudar ou ser ajudado, mas foi absolutamente tocante. Foi um momento muito emocionante e tenho certeza que foi o mesmo para todos, mesmo sabendo das dificudades, aquilo valeu à pena.
P: Você tem uma foto, em um dos bailes que parece ter pelo menos cem pessoas levantando cameras para fazer fotos. O que você pensa sobre isso?
EE: Todo mundo mais o tio tem uma camera! Todo mundo está fazendo fotos. Mesmo esperando durante a posse, as pessos estavam fazendo fotos. É realmente extraordinário. Hoje, nenhum evento deixa de ser coberto.
P: Há várias maneiras de perceber esse desenvolvimento. Você acha isso uma coisa positiva, ou você acha que as pessoas talvez estejam esquecendo de viver o momento um pouco mais para passar o tempo fotografando?
EE: Eu acho que é um pouco mais do que necessário as pessoas bricarem com seus instrumentos. Mas, eu não sei... Como lembrança do evento, pode ajudar. você só quer saber que esteve lá. É o tipo de prova que você de fato existe. Desse ponto de vista, acho válido.
P: Algo a mais que você gostaria de adicionar sobre estar em Washington naquele dia?
EE: Não coma na estação de trem. Especialmente não queira o hamburguer de bisão!
P: Isso soa como: você teve uma viagem dura. Frio, dificuldade de locomoção, comida ruim...
EE: Sim, mas tudo valeu a pena.
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