21 de out. de 2010

Cegueira e visão, parte 2. Borges e Bresson.

Já cego, muito do que ocupava Borges passou a dizer respeito a fotografia. Em 1986, Borges indica para ganhar o prêmio Novecento (dado por uma fundação italiana) Cartier Bresson.

É um prêmio com o critério esquisito, de que, quem ganha indica, dois anos depois, o ganhador subsequente. Mas, estranhezas a parte, vamos lá:

Borges pessoalmente telefona a Bresson para confirmar se ele aceitaria a premiação. "Mas, por que eu?", responde Bresson.

- "Porque sou cego, disse Borges, e quero te dar o prêmio em reconhecimento aos teus olhos".

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12, talvez 10 fotos boas!

Tá no livro a Camera de Pandora, de Joan Fontcuberta, recentemente lançado no mercado editorial europeu:

Uma vez, quando Eugene Smith foi homenageado no festival de Arles, na França, armaram um encontro entre ele e Cartier-Bresson. Expoentes máximos do estilo "documentação social", que trabalharam no passado compartilhando causas e aventuras, sem nunca dissipar uma rivalidade humana.

Smith: E tu Henri, Quantas fotografias boas, verdadeiramente boas, crês que conseguiste fazer na tua vida?

Bresson: Eu creio que umas 12, tavez só 10.

Lição que extraio desse diálogo: Não é o quanto, é o quando. Não é o que, é o como.

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11 de abr. de 2010

No MOMA de NY > Um Cartier-Bresson Inédito.


Foto: Henri Cartier-Bresson. Geórgia, 1972.

A partir de hoje, no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, está aberta a exibição, Henri Cartier-Bresson: O século moderno. É a primeira grande retrospectiva do trabalho de Bresson, nos EUA, nos últimos 30 anos.

A mostra além de trazer os clássicos do fotógrafo, responsáveis por influienciar levas e levas de profissionais e amadores, traz de quebra um pequeno tesouro: mais de 60 imagens inéditas ao grande público. Algumas das imagens inéditas podem ser vista no blog Lens.

É uma demonstração da força do olhar de Bresson, que continua a moldar e ser referência de um tipo de olhar muito específico sobre a realidade. É resultante, também, de um manancial que parece ser inesgotável, os trabalhos inéditos do fotógrafo.

Revisitar os bancos de imagem e conseguir articulações de visibilidade e exibição de material inédito, está sendo, pouco-a-pouco, um viés do mercado da fotografia que está se consolidando. Nem Bresson, aliás, principalmente ele, estão livres dessa abordagem.

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3 de fev. de 2010

Dell compra acervo de fotos da MAGNUM


Foto: Susan Meiselas/Magnum.

Que a célebre Agência Magnum vinha nos últimos anos se contorcendo em criatividade para se manter viva não é novidade para ninguém da área de fotografia. Foram livros, brindes, cópias assinadas, e o magnum in motion, o site de audiovisuais formatados a partir do acervo histórico da agência.

Justamente por falar em acervo, ele acaba de passar de mãos. O Bilionário da Informática, Michael Dell, através da sua companhida de investimentos, a MSD Capital, adquiriu cerca de 185.000 imagens impressas da agência. As imagens são vintage, ou seja, são impressões feitas à epoca em que foram circuladas. Apesar do preço não ter sido oficialmente divulgado, fala-se de 100 milhoões de dólares, o que, de imediato, coloca esssa transação como a mais alta do mercado de fotografia até então feita. Se isso for verdade, cada foto, uma pela outra, saiu a 540,00 dólares. Os negativos continuam de posse da agência.

o acervo foi por sua vez cedido para estudo e exposição ao Harry Ransom Center, na Universidade do Texas, em Austin. Não à toa, um centro ligado a pesquisas em jornalismo. É a primeira vez desde a fundação da Magnum, em 1947, que as mais de 180 mil cópias vintages que compõem o arquivo estarão disponíveis ao público e investigadores.

No acervo adquirido há o trabalho de 103 fotógrafos e imagens até mesmo anteriores a formação da Magnum. O material vai de 1930 até 1998.

Fundada por lendas da fotografia, como Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, George Rodger, e David Seymour, entre outros, a Magnum tem uma memória iconográfica única. A venda foi decidida em 2006, numa altura em que a quebra de receitas se acentuava tanto nas agências fotográficas quanto na imprensa, a sua principal cliente. O negócio foi fechado em dezembro, e só agora divulgado.

A venda está sendo encarada como uma entrada de fôlego para a ajudar a agência a reinventar-se. A Magnum, através de nota do seu diretor, Mark Lubell, manifestou o desejo de redirecionar a agência para a Internet, tornando-a menos dependente de publicações, potenciando a sua capacidade para ser ela mesma fonte de informação. Projeto já em curso há alguns anos, quando iniciou-se a digitalização do seu imenso acervo.

Fontes: Público/Portugal / olhavê / image & visions / The new york times.

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9 de jun. de 2009

O mestre, na sua melhor forma e em plena ação

A dica veio do amigo André Lemos.



Já conhecia esse vídeo, mas desconhecia que o mesmo estava no youtube. Trata-se de Cartier-Bresson, o olhar do século, na melhor forma, em plena ação. O vídeo é o Cartier Bresson Street Photography. No youtube ele está fracionado em três partes. Essecial para ver como Bresson trabalhava, no melhor estilo "batedor de carteiras", capturando imagens, escondendo a camera, exercendo o método do momento decisivo.

Imperdível. Invista meia hora para assistir as três partes e ter esse repertório visual agregado a sua formação sobre fotografia. Vale totalmente à pena!

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10 de mar. de 2009

Cartier-Bresson, Hoje no Eurochannel

Para quem assina o canal Eurochannel (SKY), esta dica é imperdível.

A vida e obra de um dos maiores fotógrafos do século XX, Henri Cartier-Bresson, estão no documentário que o Eurochannel volta a exibir nesta terça, 10, às 22h. O filme, produzido em 2001, ainda conta com depoimento do próprio artista francês, que morreu em 2004. Considerado por muitos como um dos pais do fotojornalismo, Cartier Bresson foi um dos fundadores da agência Magnum, no final da década de 40.

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23 de dez. de 2008

Lançamento: CARTIER-BRESSON - O OLHAR DO SECULO


No ano do centenário de nascimento de Cartier-Bresson, vale a pena conferir o denso e preciso trabalho sobre a vida do fotógrafo realizada pelo biógrafo Pierre Assouline. O Olhar do Século foi finalmente traduzido para o português e publicado pela editora L&PM.

O livro foi construído em uma série de entrevistas entre o biógrafo e o fotógrafo, tendo como exigência, por parte de Bresson, que a entrevista não fosse uma só, e sim uma série. O material não é tão novo assim, tendo sido lançado em 2001, em francês, e em 2003, em inglês, um pouco antes da morte de Bresson, em 2004.

De qualquer forma é um documento valioso para a compreensão das concepções fotográficas e estéticas de um dos maiores mestres da fotografia do século XX. O livro vem preencher uma lacuna na bibliografia em português sobre fotografia contemporânea.

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