Samba de Bahia (sic) é macumba pra turista
Foto: Andrew Sullivan
A Bahia é um vestibular para os fotógrafos. Nacionais ou estrangeiros, o lugar se apresenta como um percurso a ser feito e explorado visualmente. Exemplos são vários. Voltaire Fraga, Pierre Verger, Walter Firmo, David Alan Harvey, Christian e Mário Cravo, só pra ficar no que a minha curta memória permite lembrar numa manhã de sábado.
Pois bem, não dando continuidade a essa nobre linhagem de fotógrafos que enquadraram a cor e atmosfera baiana, aparece na Burn o Ensaio Samba de Bahia (sic), onde Andrew Sullivan, tenta, mas não consegue. Tá tudo lá: os tipos, as cores temperadas do fim de tarde, o Pelourinho, os mercados, o samba de roda. O problema é esse: a presença dos elementos é estereotipada através da busca das identificações que comporiam - na cabeça do fotógrafo - a essência musical da Bahia. Ao invés da complexidade cultural, o folclore mumificado. Ao invés dos personagens, os clichês.
Tudo muito óbvio e literal. É interessante ver como fotografar bem não significa, necessariamente, fazer fotos boas e muito menos fazer dessa produção algo com unidade e singularidade. O perigo é cair em ciladas que tipificam e reforçam construções e imaginários sociais consolidados. Em outras palavras: ser capaz de mostrar uma Bahia sem os filtros e estratagemas culturais predispostos.
Confira. Para ver, achar bonitinho e esquecer.
Marcadores: andrew sullivan, Bahia, Christian Cravo, David Alan Harvey, ensaio fotográfico, Mario Cravo, pierre verger, Voltaire Fraga, walter firmo
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