Um certo muro, 20 anos depois.
Calendarizar o passado é um truque manjado para sempre ter agenda de eventos cheia. Mas o muro de Berlim é muito mais simbólico que truques celebrativos.
Na web tem uma penca de galerias de tom retrospectivo, apologético, irônico e crítico, do que foi, segundo Eric Hobsbawn (provavelmente o maior historiador vivo) o fim do século XX.
Vale conferir. Invista uma, ou duas horas nessas galerias para aumentar seu repertório visual.
Big Picture. Como sempre, obrigatório. com imagens da época e da festa. Afinal, o passado também pode ser mercadoria para turista...
Washinton Post fez um material também muito legal. O Tearing down the wall. Com o depoimento de Marc Fischer de quem cobriu in-loco, 20 anos atrás. Sem fazer apologias, mostra em perspectiva a dimensão do evento.
Especial do Globo, é um especial multimídia bem montado. Com galerias dos leitores, fotos da época e relatos de quem cobriu a queda do muro naquela época, como Pedro Bial, bem antes de ser dublê de apresentador de Big Brother.
O NY Times, fez um "20 anos depois". Decepciona. Meio frio, meio "só pra constar", dá a impressão de ter sido feito na base da pressa. Fica no óbvio e não dá a dimensão do que foi a coisa.c A parte boa do times fica por conta do interactive, galeria formada por fotos dos leitores.
Já o blog mesa de luz, do El Publico, faz um grande combo. O especial, Aqui havia um muro, coordenado por Jose Pujol, tem de tudo. Antes e depois, fotos da época e um interessante experimento, fotos da época do muro, colocadas hoje em painéis no mesmo local onde foram feitas, por vezes, 30, 40 anos atrás.
O Denver Post, deu show. A galeria deles é simples, mas com a mais completa exploração. Tem foto da história do muro, da queda e sem cair na obviedade de mostrar a festinha de 20 anos.
Para quem tem mais de 40, vale também para refrescar a memória e perceber que, depois da queda do muro de Berlim, outros foram erguidos. Vide o muro entre o México e os EUA, entre a Palestina e Israel, o que a Arábia Saudita está construindo na fronteira com o iraque e por ai vai.
Muros servem para separar, para impedir, para não deixar. Na baboseira liberalista que aposta numa idéia de mundo sem fonteiras, os muros e o contrabando existem para dizer várias coisas. Entre elas que as fronteiras e intolerâncias estão, certamente, de pé em alguns lugares.
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