28 de out. de 2009

Como fugir de uma roubada... passos de 1 a 10

Saiu no blog fotocolagem, não resistimos e reproduzimos aqui. É uma versão adaptada para o português do "painter creativity" um guia anti-roubada para designers. O roteiro mostra que, o rosário de golpes é transnacional e globalizado.

De cara, já é material para-didático para se proteger do "excesso de boa fé" que reina no mercado, nas nem sempre e claras relações entre clientes e fotógrafos. Leia e, se for o caso, se identifique com algum momento da sua vida profissional.


1) “Faça esse trabalho barato (ou de graça) e no próximo pagaremos melhor”

Nenhum profissional que se preze daria seu trabalho de mãos beijadas na esperança de cobrar mais caro mais tarde. Você consegue imaginar o que um advogado diria se você dissesse “me defenda de graça dessa vez que na próxima vez que eu precisar de um advogado eu te chamo e pago melhor”. Ele com certeza riria da sua cara.


2) “Nós nunca pagamos 1 centavo antes de ver o produto final”
Essa é uma pegadinha. A partir do momento que você foi contratado para fazer o trabalho você DEVE pedir uma entrada. O motivo é simples, você está trabalhando desde o momento que se dispõe a fazer a reunião de briefing. Talvez um cliente mais inexperiente queira pagar após ver alguns esboços. Cabe a você aceitar ou não.


3) “Esse trabalho será ótimo para seu portfolio! Depois desse você vai conseguir muitos outros”
Essa é uma das mais típicas. E costuma fazer vítimas principalmente entre jovens que ainda estão estudando. Para não cair nessa, basta pensar “quanto o seu cliente vai faturar com o seu trabalho?”. Além disso, não esqueça que, mesmo que ele indique seu trabalho para outras empresas, com certeza ele dirá quanto custou (ou se foi de graça) e imagine o que os próximos irão querer?


4) Olhando para seus estudos e rascunhos: “Veja, não temos muita certeza se queremos seu trabalho. Deixe esses estudos comigo e vou falar com meu sócio/investidor/mulher, etc e depois te dou uma resposta”
Não dou 5 minutos para ele ligar para outros fotógrafos com seus estudos e conceitos criados na mão barganhando melhores preços. Quando você ligar de novo ele dirá que seu trabalho está muito acima do mercado, blá blá blá, e que Fulano Fotógrafo vai fazer o trabalho. Mas como eles conseguiram outro fotógrafo mais barato? Lógico, você já passou o conceito todo criado! Economizou horas para o fotógrafo que vai pegar o trabalho. Então, enquanto você não entrar em acordo com seu cliente NUNCA DEIXE NADA CRIATIVO no escritório dele!


5) “Veja, o job não foi cancelado, somente adiado. Deixe a conta aberta e continuaremos dentro de um mês ou dois”
Provavelmente não. Seria um erro você não faturar o que foi feito até o momento esperando que o trabalho continue depois. Ligue em dois meses e você verá que alguém estará trabalhando no job. E adivinhe! Eles nem ao menos sabem quem você é… e o dinheiro do início do trabalho, lógico, já era!


6) “CONTRATO?? Nós não precisamos assinar contratos! Não estamos entre amigos?”
Sim, estamos. Até que alguma coisa dê errada ou ocorra um mal-entendido, e você se transforme no meu maior inimigo e eu sou o seu “fotógrafo estúpido”, aí o contrato é essencial! Simples assim! Ao menos que você não ligue em não ser pago. Qualquer profissional usa um contrato para definir como será o trabalho e você deve fazê-lo também!


7) “Envie-me a conta depois que o material for pra gráfica”
Por que esperar por esse deadline irrelevante? Você é honesto, não? Por que você deveria ficar preso a esse deadline? Uma vez entregue o trabalho, fature! Essa desculpa possivelmente é uma tática para atrasar o pagamento. Assim o material vai pra gráfica, precisa de alterações intermináveis e, adivinhe, ele arranja outra pessoa pra fazer as alterações necessárias, o material vai pra gráfica e você nem fica sabendo!


8 ) "O último fotógrafo fez esse job por R$ XX"
Isso é irrelevante. Se o último fotógrafo era tão bom por que ele te chamou? E quanto o outro cobrava não significa nada pra você. Pessoas que cobram muito pouco pelo seu tempo acabam fadadas ao insucesso (por auto-destruição financeira). Faça um preço justo, ofereça no máximo 5% de desconto e não abra mão disso.


9) “Nosso orçamento para esse job é de XX reais”
Interessante, não? Um cara sai para comprar um carro e sabe exatamente quanto ele vai gastar antes mesmo de fazer uma pesquisa. Uma quantia de trabalho custa uma quantia de dinheiro. Se seu cliente tem menos dinheiro e ainda assim você quer pegar o trabalho, dedique menos horas a ele. Deixe isso bem claro ao seu cliente, que você dedicará menos tempo que o estimado para finalizar o trabalho porque ele não pode pagar por mais horas. A escolha é sua.


10) “Estamos com problemas financeiros. Passe o trabalho para nós e, quando estivermos em melhor situação, te pagamos.”
Claro, mas pode contar que, quando o dinheiro chegar, você estará bem lá no final da lista de pagamentos. Se alguém chega ao ponto de admitir que está com problemas financeiros então provavelmente o problema é bem maior do que parece. Além disso, você por acaso é um banco para fazer empréstimos? Se você quer arriscar, pelo menos peça dinheiro adicional pelo tempo de espera. Um banco faz isso, não faz? Por que provavelmente esse é o motivo deles quererem atrasar seu pagamento, ter 6 meses de dinheiro “emprestado” sem ter que pagar juros, o que não aconteceria se ele tivesse que emprestar do banco. Não jogue dinheiro fora!

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4 Comentários:

Às sex. nov. 27, 02:31:00 PM 2009 , Blogger Andre disse...

sensacional....obrigado pelo post, a gente tem de ouvir esses alertas de tempos em tempos....e mesmo assim a gente sempre acaba caindo em alguma armadilha

 
Às ter. mar. 23, 06:21:00 PM 2010 , Blogger Ricardo disse...

muitas vezes a gente pensa que só acontece com a gente, mas não: é o mesmo discurso, o mesmo blá blá blá...
Muito bom! Merece ser super divulgado! Abraço

 
Às qui. mar. 25, 04:03:00 AM 2010 , Blogger Unknown disse...

Ótimas dicas.
Coloquei nos meus favoritos, para passar adiante.
Pior é que sempre tem os que "caem" nestas armadilhas, principalmente quem está começando.
Eu estou começando e aprendendo a dizer NÂO. Se não damos valor ao nosso trabalho, quem vai dar?

Abraços.

 
Às qua. jun. 30, 06:56:00 PM 2010 , Anonymous Ana Paula Batista disse...

Ótimo texto! Essas armadilhas estão presentes mesmo em nosso cotidiano e devemos saber como escapar.
Abraços.

 

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