25 de set. de 2009

Paraty em foco, dia 2: fotografia pernambucana em debate


O time da fotografia pernambucana no Paraty em Foco.

Mantendo o tom "em busca da cara da fotografia brasileira" o segundo dia do Paraty em Foco abriu com a mesa temática da fotografia pernambucana. Já na abertura da mesa, Juan Esteves colocou o tom "o Paraty em Foco estava cansado do sotaque carioca e paulista" se referindo a necessidade de se diversificar o festival e permanecer atento a novas matrizes criativas espalhadas pelo país.

Isso não é pouco. Pela primeira vez na história do festival, um estado do país tem uma mesa específica e uma noite de projeções, além da ida da Arte Plural Galeria, que literalmente, montou uma "filial" durante o evento, com exposição de material de fotógrafos pernambucanos.

Na conversa: Pio Figueiroa, Alexandre Belém, Eduardo Queiroga, Luciana Cavalcanti, Rodrigo Braga e Mateus Sá. O percurso recente da FotoPE foi ilustrado, vinculando-se a ações - semana de fotografia, galerias, políticas de fomento - nomes históricos, o surgimento das primeiras agências de imagem do estado - imago, lumiar - ainda nos anos 90.

Na fala da mesa e no debate, o que surgiu como destaque em relação à fotografia pernambucana foi a articulação, lembrada por Rodrigo Braga, em um nível político, que envolve ações como a gerência e a semana da fotografia. Esse aspecto foi retomado por Alexandre Belém quando ele citou a sintonia entre fotógrafos, meios institucionais, faculdades e universidade atrelados em torno do interesse da fotografia como sendo o ambiente que compõe a cena fotográfica atual.

É interessante, todavia, mapear o tom das falas, que, sem pretender ser conclusivo, aponta para uma possível resposta: o que caracteriza a fotografia pernambucana é menos um viés estético comum, do que um movimento estabelecendo-se entre articulação, visibilidade da produção e ações em rede. Uma busca de organização em conjunto, buscando os espaços e contextos produtivos por onde possa escoar a produção da fotografia pernambucana.

É, de certo modo, uma dinâmica balanceada, entre o que se identificou no debate como sendo um "ato heróico", segundo Pio Figueroa, de se buscar uma circulação diferente de outras épocas; e um "controle da ansiedade" de se mostar a produção de modo consolidado, colocado na intervenção de Fernando Neves.

Vale apontar, ainda, que o debate, em alguns momentos, sofreu um pouco devido ao tom auto-referente, onde contextos que são assimilados localmente, e de modo dado, mereceriam uma contextualização mais precisa.

Mas o balanço é positivo: a fotografia de Pernambuco está posta no mapa da visibilidade. Agora e manter o fluxo, alias, ampliar.


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